quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Suécia dá o exemplo

A Suécia é um dos países mais evoluídos da Europa, sendo também o terceiro país nórdico com mais habitantes. Neste momento, é o país cujo combate à recessão financeira mostra melhores resultados de sucesso. No entanto, estes resultados apenas são possíveis graças à vontade dos seus parlamentares e a uma mentalidade completamente diferente da nossa e comum a todos os suecos.

Ao contrário do que se vê por cá, tanto os ministros como os deputados deslocam-se de transportes públicos pois os membros do parlamento não têm carro nem motorista do Estado. Os seus 349 deputados vivem sem mordomias nem luxos, não tendo sequer, secretários, assessores ou consultores próprios. Estes últimos apenas prestam serviços aos partidos parlamentares, resolvendo os problemas do partido mas nunca problemas individuais.

Já por aí vê que é um país completamente diferente do nosso (e com um nível de vida bastante superior!), onde os deputados vivem em apartamentos com 40 a 50m2, em que a sala e o quarto de dormir são o mesmo compartimento. Não possuem máquina de lavar roupa nem empregados e, por isso, têm de marcar hora na agenda da lavandaria comunitária para lavarem as suas roupas. Mas, ainda assim, estes deputados afirmam que os apartamentos onde habitam durante a semana possuem as condições necessárias à realização do seu trabalho. Já os fins-de-semana são passados com as famílias nos seus locais de origem. O próprio primeiro-ministro já confessou a alguns jornalistas que passa as suas próprias camisas, lava a sua roupa e até arruma a casa.

Além disso, todos os deputados suecos têm as suas contas publicadas na internet, bem como os seus extractos bancários. Desta forma, a Suécia demonstra rigor e transparência na gestão pública. Partem do princípio que os representantes do povo têm de ser os primeiros a dar o exemplo, o que consideram ser fundamental para a estabilidade económica. Assim, conseguem, tal como já fizeram, reduzir os impostos sobre empresas, trabalhadores e pensionistas.

Do mesmo modo, penso que Hugo Chávez deu, recentemente, uma lição de humildade aos nossos chefes do governo ao ser ele próprio a dirigir o carro que o transportou desde o aeroporto Francisco Sá Carneiro até Viana do Castelo. Penso que, se tivesse sido ao contrário, ou seja, se tivesse sido José Sócrates a visitá-lo na Venezuela, com certeza se faria acompanhar por uma grande caravana cheia de bandeirinhas portugueses e sendo conduzido pelos seus motoristas particulares (que nós pagamos) em grandes carrões (também pagos por nós!).
Seremos nós mais ricos que eles?!

Jorge Neiva

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