“Festa das Cruzes”

A designação “Festa das Cruzes” provém de uma antiga cerimónia (remota a 1724), na qual se realizava uma procissão que no dia de Ascensão se dirigia da Igreja para o lugar do Calvário e onde, junto de cada uma das 14 cruzes, adornadas com flores naturais, se fazia uma paragem onde os representantes da igreja proclamavam algumas leituras.

Em 1947, começa também a fazer parte desta cerimónia, a ornamentação e exibição de andores alusivos a vários santos mas com uma característica singular que ainda hoje deixa os da terra orgulhosos e os de fora boquiabertos, a sua decoração com pétalas de flores naturais.

Trata-se de uma festa com características únicas e penso que por vezes pouco explorada, pois no que toca à divulgação, esta carece de mais empenho.

Todos os anos temos presenciado o esforço das comissões de festa em organizar a mesma, mas não podemos deixar que sejam eles apenas a trabalhar pois é necessário todo o apoio da população.

Temos algo ÚNICO e JA está na hora de lhe dar-mos mais valor.

Maurício Miranda

Assembleia de Junta

No passado dia 27 de Abril houve mais uma assembleia de junta na freguesia de Alvarães.

A meu ver, qualquer cidadão Alvaranense deveria ter vontade de assistir a estas assembleias ou pelo menos dar uma olhadela às atas das mesmas que se encontram disponíveis no site da freguesia de Alvarães. De facto muito pouca é a gente que vai assistir às assembleias e esta última foi de todas que tive a oportunidade de ir a que menos assistência tinha.

Para esta falta de pessoas a assistir para mim deve-se a 2 aspectos fundamentais que passo a enumerar.

Primeiro, é a falta de interesse pela política que por cá se faz, quer da parte dos jovens, quer da parte dos adultos, o que leva as pessoas a preferir ficar em casa de que se deslocar a junta de freguesia.

O segundo tem a ver com a falta de divulgação da mesma. Segundo o que lá foi dito em relação a este aspecto é que são colocados os editais das assembleias em 22 lugares da freguesia, eu pessoalmente não vi nenhum.

Em relação a esta assembleia que tinha como ordem de trabalho ‘informações e aprovação do relatório de contas de 2008’, tem realmente interesse ler a acta da mesma quando esta for colocada na internet, para ver com pormenor onde o executivo da junta tem gasto o dinheiro da junta de freguesia e ver se este é bem ou mal gasto, pois depende da maneira de pensar de cada um.

Quanto às informações, muito foi falado do alargamento de alguns caminhos e promessas para alargamento de outros, que finalmente se estão a fazer em Alvarães.

Para finalizar desejo a toda a gente que aproveite ao máximo a festa da nossa freguesia que se realiza agora em Maio e cujo programa também se encontra, para além de neste jornal, no site de Alvarães.

João Peixoto

E se nós quisermos...

Muito se tem falado da crise que atravessamos, do desemprego que ela causa, da falta de poder de compra das pessoas que a vivem, no fundo deste mal-estar que uma grave crise mundial provoca.

Não menos vezes, ouvimos tudo e todos dar opiniões sobre como resolver então este mal, que no fundo, mais por um e menos por outros é vivido por todos. O nosso primeiro-ministro defende que a resolução da crise passa por fazer investimento público, ou seja, criar grandes obras públicas financiadas pelo estado para gerar emprego. E até aqui até se compreende, no estado em que está a saúde das empresas é muito difícil que alguma delas consiga criar o emprego que precisamos para crescer e reactivar a economia. Contudo o que ele pretende fazer é precisamente, ou grandes obras em Lisboa (aeroporto, pontes sobre o Tejo), ou grandes obras entre Porto e Lisboa (T.G.V., auto-estrada) …então e o resto do país? Então e as nossas estradas vão continuar a ser o que são? Os nossos comboios que já aqui passam há 30 anos vão continuar a ser estes? Só vamos ter saneamento básico nas nossas ruas daqui a três anos?

A ideia do comboio de alta velocidade não será má, se for feita como deve, isto é, se nós importarmos tudo o que faz falta para pôr este meio de transporte apto para trabalhar, estamos perdidos! Mais uma vez interessa que nos comparemos (tal como estamos a fazer quanto à obtenção desse equipamento) à Europa. Por exemplo França teve necessidade do tal comboio e não facilitou, meteu mãos à obra e fê-lo. Depois da França o ter já no mercado os espanhóis tiveram a mesma necessidade… julgam que o foram comprar a França? Fizeram-no e aí estão eles para as curvas. E nós vamos comprá-lo? Temos assim tanto emprego que até podemos dispensar os empregos directos e indirectos que um projecto desse calibre nos traria?

No tempo que estamos acho que já ninguém está à espera que o governo do dia para a noite resolva a situação que atravessamos. Contudo, mais do que muitas obras, queremos obras bem pensadas, queremos obras que tenhamos orgulho nelas e possamos dizer: isto foi feito em Portugal pelos portugueses.

João Pereira

Vacina contra o tabaco esta a chegar

Pois é, caros leitores, o vício do tabaco pode ter os dias contados, uma vez que a vacina contra a nicotina está a chegar, e promete revolucionar o tratamento deste vício que é responsável por 30% da mortalidade por cancro e cerca de 90% das mortes referentes a tumor nos pulmões.

De acordo com a edição do correio da manhã, a vacina chama-se CYT002-NicQb, está em fase de testes e já deu provas de eficácia ao ajudar 40% dos fumadores a quem foi administrada a deixar de fumar. Falta ainda realizar uma terceira fase de testes, mas os resultados preliminares foram de tal forma promissores que os investigadores suíços não hesitaram em afirmar que ela tem “o potencial de alterar a forma como se irá tratar a dependência de tabaco no futuro”.

Esta nova droga promete auxiliar os fumadores a deixar de fumar. Está a ser testada em vários voluntários humanos nos EUA. A vacina estimula o organismo a criar anticorpos que atacam as moléculas de nicotina, como se fosse um vírus ou bactéria. A CYT002-NicQb é administrada em 8 doses, ao longo de quatro consultas médicas, com 2 doses por consulta. Esta vacina actua em conjunto com as moléculas da nicotina, os anticorpos formam uma molécula maior incapaz de atingir o cérebro.

Sem o prazer gerado pela nicotina, os fumadores perdem o interesse no cigarro e param de fumar. "É como fumar um cigarro sem nicotina", disse uma pesquisadora. Contudo, a vacina não elimina os indesejáveis efeitos normalmente gerados pela abstinência: fome, náuseas e irritabilidade, por exemplo. Segundo resultados da primeira fase do teste divulgados, os 20 voluntários que participaram da pesquisa não sofreram efeitos colaterais e apresentaram uma resposta imunológica rápida, com o surgimento de anticorpos contra a nicotina sete dias após a vacinação.

O lançamento desta vacina para o mercado está previsto para os próximos, 3 a 4 anos.

Jorge Cruz

Ainda somos o que éramos

Alvarães voltou a contar com um grande número de jovens que se propuseram a não deixar morrer as tradições mais bonitas que temos na nossa terra.

No senhor aos enfermos toda a população se uniu aos menos favorecidos na saúde e fizemos com que “Jesus” chegasse a suas casas através de tapetes floridos que mais uma vez demonstraram empenho e beleza num gesto que se tem repetido ao longo dos anos e que tem como consequência o convívio entre as pessoas e o embelezamento das nossas ruas.

Quanto à via-sacra em quadros vivos tivemos mais um ano, muito mais de 100 jovens da vila envolvidos em prestar mais uma homenagem a quem, segundo a religião que seguimos, deu a vida para nos salvar e o resultado foi francamente extraordinário. Mais um dia de convívio entre jovens amigos, mais um dia em que todos rumámos para o mesmo lado e mais um dia que não desfraldamos aqueles que já em tempos idos procuraram sempre dar a essa noite o encanto que já lhe é característico.

De facto, não sei se muitas freguesias se poderão orgulhar de ter jovens como Alvarães, que conseguem sempre dar o seu melhor pela terra e pela imagem da terra, pena é que, só os jovens o consigam fazer.

João Pereira

Nó por desfazer

Foi durante esta mesma semana que assistimos a uma verdadeira estupidez de origem religiosa! Nem queria acreditar naquilo que ouvi: no Brasil, uma menina de 9 anos (sim 9 anos!), foi violada pelo seu padrasto e, consequência disso, engravidou de gémeos. Como toda a gente sabe, e com a confirmação dos médicos, os bebés e a própria mãe iriam sofrer durante a gravidez, sendo que esta história iria acabar mal para os três.

Depois de ter conhecimento desta situação o bispo do recife decidiu, por bem (claramente!) proceder à excomunhão desta mãe! Porquê? Pergunto eu…

Depois de saber que existe um crime gravíssimo (violação), sabendo que a mãe provavelmente morrerá por ser demasiado nova, depois de saber que se o parto correr bem (verdadeiro milagre!) e a menina não abortar, ela viverá para sempre uma vida de sacrifício carregada com a dor de ter sido violada pelo próprio padrasto, por, provavelmente, nunca mais voltar a estudar, por lhe ter sido roubada a infância, por ser rejeitada pela sociedade quando a sua historia contar, e como se tudo isto não bastasse a igreja, que poderia ser o seu único refúgio, excomunga-a! Fico espantada com tanto amor ao próximo que aqui se vê! Fiquei também conhecedora de que o incesto já é totalmente aprovado pela igreja! Pois se um pai (ou o ser que substitui este cargo) viola a filha e não é excomungado, e a filha que é sofredora deste crime o é, eu dou mais uma salva de palmas à igreja!

A menina foi vítima de um crime e o bispo quer que ela seja vítima para sempre, não deixando que a menina tenha um mal menor na sua vida desde já estragada. Provavelmente vamos voltar a ver a igreja pedir desculpa por alguém que, apesar de não o ser face aos olhos da igreja, é um ser insignificante que não mede aquilo que diz! Este ser, a meu ver, não é um homem bom: não é digno de ensinar e passar a mensagem de Deus, pois exige o sofrimento de uma criança de 9 anos, não de livre vontade, mas porque foi vítima de um crime! Não deveria ser ele também castigado??

Enquanto católica afecta-me o facto de saber que há gente hierarquicamente superior a mim que afirma barbaridades como esta!

Não tenho dúvidas que, no seio da igreja católica, que anuncia a doutrina, o respeito e o amor pelo próximo, este senhor pertença a uma minoria (se não o único!) que pensa assim. Contudo a igreja católica não se escapa da associação devido ao peso que este tem por ser bispo!

Olga Pereira

Amanhã é um bom dia

A vida assim já não dá.

Ultimamente mais do que nunca ouvimos esta expressão, fala-se que a culpa é da conjuntura económica actual, mas do meu ponto de vista isso poderia não ter tanta influência negativa nas nossas vidas, não fosse a ambição desenfreada do bicho Homem.

Pois a busca por mais e mais dinheiro cega e passamos uma vida inteira a correr de casa para o trabalho e do trabalho para casa, vidas conjugais desperdiçadas que mais cedo ou mais tarde deixam de fazer sentido e acabam destroçadas, arrastando para uma vida ainda mais atribulada e de endividamento.

Crianças que crescem em frente a computadores e televisões, sem por vezes não existir um “bom dia” ou “como estas” e nunca se identificando a imagem de pais e filhos, mais sim patrocinador e patrocinado.

Assistimos diariamente aos telejornais a debitarem notícias que para nós não são novidade e que repudiamos, mas nada fazemos além de comentar que não concordamos (Deputados Europeus vão ter um aumento de salário de 100%, para que estejam mais perto do vencimento dos seus colegas Europeus).

Quando ouvi pensei, “que bom, vamos todos ser aumentados, pois estamos todos a ganhar menos que os nossos colegas Europeus”. Mas não, é só para eles, os Grandes, que só ganhavam 3500€.

E vocês dizem que revolta! Pois revolta, mas o que tens feito?

Ao lado daqueles em quem têm descarregado as vossas frustrações e revolta, (maridos, mulheres, pais, filhos, amigos), dêem as mãos e saiam a rua, vamos ficar roucos de tanto gritar, para que todos nos possam ouvir, colem cartazes, mandem correio electrónico, façam algo, não entrem neste processo de auto-destruição, acreditem no vosso valor e mostrem que realmente também merecem uma vida melhor.

Temos o país que queremos…

Paulo Vieira