segunda-feira, 2 de março de 2009

O dever de cuidar do Património Cultural

Como todos sabemos, Património Cultural é o conjunto de bens materiais (móveis e imóveis) e imateriais, de valor relevante da cultura de um povo, mas ao mesmo tempo é também sinónimo de identidade de uma sociedade, identidade esta que cada sociedade deveria preservar e enobrecer, como reflexo da sua própria existência.


Entenda-se por bens materiais, bens com existência física, que podem ser divididos em móveis, como por exemplo, pintura e escultura e imóveis como igrejas e castelos, e imateriais, bens como a música, costumes e linguagem, ou seja, é aquilo que chegou até nós, a herança do passado, aquilo que nos caracteriza.


Apesar de ser algo de relevante importância, nem todos as sociedades o preservam como deveriam, para que cheguem às gerações vindouras como chegaram até nós, mas também há aquelas que através da preservação do mesmo, juntam o útil ao agradável e utilizam-no como exploração turística. Neste contexto pergunto, que tipo de histórias vão querer contar às vossas próximas gerações? Que quererão afirmar? “Aqui existiu”, “aqui ainda resta”, ou “aqui está”?


É preciso preservar, conservar e se necessário restaurar os bens patrimoniais, para que os objectos, monumentos ou mesmo costumes, contem a historia do nossos antepassados, e no futuro também a nossa.


Embora não pareça, a vila de Alvarães é rica em património cultural, mas na maior parte das vezes não o valoriza. Em termos imateriais, vejo que ainda há um certo respeito, pois ainda há costumes que dão vida a Alvarães, como festas (das Cruzes e do emigrante), missas e romarias (senhor dos enfermos e quadros-vivos), mas em termos materiais, vejo que muito pouco se fez em Alvarães.


Sem me querer alongar e para não me referir aos bens materiais móveis, muitos também carentes de cuidados especiais, refiro-me ao que mais se vê, ou melhor, se deveria ver mas já não vê, os bens materiais imóveis. Falo dos aquedutos dos canos em avançado estado de degradação, onde um agente normalmente prejudicial a este tipo de edifícios neste momento o sustenta, as heras, falo da mamôa da Chasqueira, que sinceramente nem sei onde se encontra devido á sua boa sinalização, das capelinas e alminhas carregadas de musgos e manchas de fumo de velas que as decoram, do aproveitamento e conservação dos fornos telheiros, entre outras.


Como disse no início, o património cultural é identidade e reflexo de uma sociedade, e é com esta “face” queremos ver Alvarães?


JA está na altura de se fazer algo e de dar mais valor ao que nosso.


Maurício Miranda

Encontro marcado com referendo a 25 de Janeiro…

JA data de algum tempo (1994) em que seis conselhos do distrito de Viana do Castelo (Ponte da Barca, Vila nova de Cerveira, Valença, Monção, Melgaço, Paredes de Coura) formaram a associação do vale do Minho deixando de fora na altura os outros quatro conselhos (Arcos de Valdevez, Ponte da Barca, Ponte de Lima e Viana do Castelo).

É já no próximo dia 25 de Janeiro que as quarenta freguesias do distrito de Viana do Castelo vão referendar acerca da possibilidade de pertencer ao CIM (Comunidade Intermunicipal), que incluirá de vez, ou não, todos os municípios de Viana do Castelo.


O referendo vem portanto perguntar se também queremos ou não fazer parte dessa associação.

Mas as coisas não são assim tão fáceis e no que toca a democracia ainda ficam piores…alguns dos números que consultei mostram que no conjunto, 34,2% dos eleitores são vianenses e 68,6% dos eleitores são do conjunto dos quatro conselhos que não faziam parte da associação Vale do Minho.


A razão pela qual falei de democracia é que nesta nova associação (CIM) apenas 45,8% dos deputados são dos quatro municípios que não pertenciam à Vale do Lima, e eu pergunto: porque não os 68,6%? Qual será a principal razão para sermos o conselho com mais eleitores e termos tão pouca representatividade nessa associação? Estamos numa democracia?


Por outro lado, se não pertencermos temos um prejuízo de 13 milhões de euros de um pacote de 43 milhões de euros que já foi aprovado para o município, se não pertencermos dá-mos uma alegria ao senhor presidente da câmara e alegrias é tudo o que ele não nos tem dado, se não pertencermos Viana do Castelo continua a ser capital do distrito mas este distrito está quase todo unido e sem nós. Além disso, a Valimar (Vale do Minho mais município de Caminha e Esposende) funcionou nestes moldes de representatividade e até agora nunca deu grandes problemas.


Temos de facto que ler e reflectir sobre aquilo que será melhor para o nosso futuro e futuro daquela que é a nossa cidade. É importante que paremos e pensemos sobre aquilo que queremos. Não menos importante é que sejamos cada um de nós a decidir, vamos votar para fazer valer uma resposta justa. É muito importante que o façamos.


João Pereira

O Natal em Alvarães

Vivemos recentemente, para muitos, talvez a época mais festiva do ano, nomeadamente o Natal e a Passagem de Ano, altura esta que faz com que as pessoas saiam à rua, convivem com a família, iluminem as suas casas, enfim, tudo que já sabemos para puderem viver a magia desta quadra.


Alvarães, não ficou indiferente a esta passagem, mas quase… se não fosse a generosidade de alguns alvaranenses, diria que Alvarães continua às escuras. Foi graças a essas pessoas que eu vi um pouco de Natal em Alvarães.


Refiro-me à realização de actos de caridade, como recolha de bens e peditórios para que as pessoas mais carenciadas da freguesia pudessem ter umas festas melhores, por parte de instituições religiosas e politicas da terra (por exemplo a JSD, da qual pertenço e não poderia deixar de referir).


Refiro-me também à concentração de Pais Natais motards, que se realizou pelo segundo ano consecutivo e que deu cor e alegria a Alvarães com a finalidade de um gesto nobre. Estes voluntários percorreram a vila desejando boas festas à população e parando nas habitações de pessoas com alguma deficiência entregaram-lhes chocolates, um gesto simples mas que despertou muitos sorrisos nestas pessoas tão especiais.


Algo que também gostava de referir é que, gostei bastante de apreciar as decorações festivas da nossa vila, a admirável iluminação e as inúmeras mensagens de boas festas que os executivos desta magnífica vila NÃO espalharam pela mesma para os seus habitantes e emigrantes apreciarem no regresso às suas casas.


Sei que toda a gente se queixa da crise e que devemos poupar, mas acho que não deveríamos chegar ao ponto de não fazer mesmo nada. Talvez Alvarães se queixe desse problema, mas pergunto-me o que é que as freguesias vizinhas têm que Alvarães não tem?


Resta esperar por melhores tempos e que este novo ano seja para Alvarães e para todos os alvaranenses, um ano repleto de saúde, sucesso, felicidade e mais luz.


A JA deseja-lhe um excelente 2009!


Maurício Miranda

Já visitou o site de Alvarães?

Sabia que Alvarães possui um site na internet? E já o visitou?...De facto, a maioria dos alvaranenses desconhece ou nunca teve curiosidade de visitar a página de Alvarães na internet – www.alvaraes.pt.


Nesta é possível encontrar uma enorme quantidade de informação acerca da nossa terra. Desde dados históricos e geográficos até às notícias mais actuais, passando ainda pelos projectos presente e futuros da junta de freguesia, o site proporciona uma variedade de documentos e serviços ao alcance de qualquer um de uma forma bastante acessível.


Destaco ainda duas notícias que se encontram detalhadas no referido site e que acho bastante importantes. São elas a “Farmácia em Alvarães” sobre a aprovação e instalação de uma farmácia na nossa freguesia e “Alvarães vai ter uma creche em 2010” sobre a criação de um edifício onde, além de uma creche, vai funcionar um centro de noite.


Afinal JA se faz alguma coisa em Alvarães.


Jorge Neiva

Será que alguém reparou?

Há uns anos atrás passava eu em frente ao cemitério da nossa pacata vila quando li no portão principal a seguinte citação no nosso cemitério, “ Reza que é para ti, nós ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos”. Este era o cartão de visita para quem com tristeza e desânimo visitava os seus entes queridos. Na verdade, fiquei um pouco constrangido com a frontalidade e veracidade daquela citação pois dá-nos a noção da vida efémera que temos.


Depois de ter reflectido sobre a citação surgiu-me a curiosidade de saber qual a origem de tal frase, e mais uma vez fiz uso da internet, e conclui que esta citação se encontra no pórtico de uma famosa catedral de Évora. Mas esta catedral tem algo de estranho, pois as suas paredes estão forradas de ossos humanos. A ideia surgiu dos monges Franciscanos portugueses que tinham por objectivo transmitir a ideia da transitoriedade da vida e obrigar os fiéis a reflectir acerca da brevidade da vida humana.


No entanto uma citação deste tipo para uma capela revestida de ossos, em que os visitantes estão em contacto com eles, tem alguma lógica, apesar do aspecto sinistro que transmite. Mas para um cemitério a céu aberto, revestido de mármore branco e flores torna-se um pouco desnecessária tal citação.


Foi então que há poucos dias dei conta que o nosso cemitério tem duas novas citações que se encontra no lugar da antiga uma das quais que nos diz (“se a certeza da morte nos entristece, conforta-nos a promessa da imortalidade”), pelo menos esta citação mostra-nos que a morte existe mas de uma maneira mais suave, e foi com um certo contentamento que conclui que há, ou não, pessoas com a mesma opinião que eu. Agora podemos visitar o nosso cemitério e ter a ilusão que ainda temos muitos anos para viver e que os ossos que lá estão ainda terão muito de esperar pelos nossos.


Tiago Rolo

“Aqui há droga…”

Em muitos casos os pais só se apercebem que os seus filhos consomem drogas ao fim de um ou dois anos.

Nessa altura culpabilizam as instituições de ensino, cafés, discotecas, amigos e até vizinhos, pelo facto de eles como pais terem falhado como educadores e desde cedo se terem divorciado da educação dos seus filhos, achando que cabe a estas instituições que eles pagam a mensalidade educarem os seus filhos.

Cabe aos pais estarem atentos e abordarem o assunto das drogas ou outro qualquer, mas o mais importante é o posicionamento e a atitude a tomar.

Primeiro terá que conhecer bem o seu filho e depois evidenciar os prejuízos que as drogas provocam, caso não se sintam à vontade para resolver esse problema a ajuda de alguém habilitado para tal será sempre a escolha mais acertada (psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais).

Os sinais de consumo de drogas são mais do que evidentes, sendo que muitos são próprios da adolescência.

  • Odor de incenso ou outra fragrância para despistar.
  • Olhos vermelhos ou pupilas dilatadas (menina dos olhos).
  • Risadas sem causa aparente.
  • Comportamento agitado.
  • Apatia, desencanto, desânimo, desassossego.
  • Tosse intensa.
  • Esquecimentos, falta de atenção e concentração.
  • Furto de dinheiro ou objectos em casa.
  • Posse de dinheiro e objectos caros (origem duvidosa).
  • Mania da perseguição.
  • Náuseas, vómitos, diarreia, tremores.

Descobrir a tempo o consumo de drogas pode evitar que o jovem caia num abismo, do qual talvez nunca possa sair.

Por isso há que enfrentar o problema e não o negar, controle a sua raiva e sentimentos, demonstre que o seu desejo é de o ajudar a sair do problema e que o problema é dos dois.

JA deu um beijo ao seu filho hoje?!

Paulo Vieira

Cada aluno um computador?


Desenvolver a sociedade de informação, permitindo condições excepcionais de aquisição de um computador portátil é o propósito do governo através de um programa ambicioso e importante do plano e-escolas.


Esta é uma iniciativa de grande impacto onde se assiste ao investimento na aprendizagem, no trabalho e até na comunicação que será, no futuro, uma vantagem competitiva para o nosso país.


Como toda a gente sabe, o estado juntamente com as redes operativas de telemóveis criou este plano para que desta forma houvesse um acesso massificado às tecnologias de informação. “Cada aluno um computador” é o slogan que se segue para que, de forma faseada todos os portugueses tenham o seu próprio computador. É um plano que está a ter resultados muito bons e que já é exemplo, segundo a Microsoft, para outros países. Eis um motivo de orgulho para o nosso país.


O que é menos louvável é o modo como se começaram a distribuir os computadores portáteis. Alunos do ensino secundário (10.º, 11.º e 12.º anos) e posteriormente do ensino básico (7.º, 8.º e 9.º anos), professores e adultos em formação são os primeiros a usufruir deste plano. Questiono-me se são estas as pessoas quem mais precisam dos computadores portáteis…


Todos sabemos que os estudantes universitários são quem mais deles necessitam, uma vez que, regra geral precisam de um computador para pesquisas e trabalhos de uma intensidade diferente da que é pedida nos formandos anteriormente citados, e para além disso estão longe de casa não podendo usufruir de um possível computador fixo existente em casa. A necessidade de uns é o luxo de outros.


Apesar de tudo isto, com este plano consegue-se que os alunos que ingressem no ensino superior nos próximos anos já não tenham este problema, uma vez que já terão os seus próprios computadores portáteis evitando desta forma o elevado gasto nos mesmos. O que é facto é que, quem pelos ensinos básicos e secundários já passou e já frequenta o ensino superior terá que comprar o seu portátil a preços elevados.


Se a ideia é que todos os portugueses, e mais especificamente todos os alunos possam ter o seu próprio computador porque não começar pelos que mais necessitam?


Olga Pereira

“Floripes 21”

XXI ainda há festas populares que souberam manter as tradições e adaptar-se aos tempos actuais. Foi depois de ter estado nos passados dias 1,2,3,4 e 5 na festa das Neves (Floripes) que mais uma vez foram confirmadas as minhas expectativas de que as tradições do passado podem ter um contorno de modernismo e jovialidade. Sim, porque o futuro do passado aos jovens pertence, e se não forem motivados corremos o risco de se perder o que os nossos antecessores com esforço criaram. Tive oportunidade de reparar que houve lugar para tudo e todos – Ranchos, Bombos, Dj´s, Conjunto Musical, Bandas Filarmónicas, Cortejo, tudo, mesmo tudo. Os parabéns à Comissão de Festas pela sua irreverência, ousadia e organização, esperando que outras lhes sigam as pisadas, melhorando e actualizando a cada ano as nossas tradições. Parafraseando um amigo meu, “Quem não sabe, copia”. Paulo Vieira

JA: o Projecto

O projecto JA nasceu com o intuito de dar voz a todos aqueles que desejam que as suas ideias sejam divulgadas de um modo mais produtivo do que apenas, por exemplo, numa simples conversa entre amigos. Inicialmente, não passava de uma simples ideia que nos cativava bastante e que tínhamos vontade de pôr em prática. Até que um dia nos juntamos para falar mais a sério sobre o assunto.

Decidimos começar a reunir-nos longe do olhar dos mais curiosos. Os primeiros encontros aconteceram mesmo dentro do carro, onde debatemos o assunto de uma forma muito natural. Queríamos levar o projecto avante e assumimos esse compromisso. Discutimos os temas que poderiam ser tratados, a data do primeiro lançamento e a melhor maneira de o anunciar, como o iríamos distribuir, enfim, tudo o que achamos necessário. Dividimos tarefas e cada um começou a trabalhar individualmente para um bem colectivo.

Desde logo que o entusiasmo pelo projecto nos levou a alterar a maneira de verbalizarmos entre nós pois estávamos constantemente a empregar a palavra JA nas frases e expressões que usávamos. Isso conferia-nos um certo gozo porque, embora realçássemos muitas vezes a palavra “JA”, só nós compreendíamos o seu sentido conotativo.

Uma vez que a maioria dos membros do JA estavam deslocados da sua cidade pois frequentavam a universidade, passámos a reunir-nos aos fins-de-semana. Foi o que aconteceu na semana que antecedeu o lançamento do jornal. Juntámo-nos na casa de alguns membros para avaliarmos o trabalho que havia sido feito até então e o que havia ainda a fazer. Durante a semana começamos a divulgar o jornal. Foi tudo feito no maior segredo possível de modo a despertar a curiosidade dos possíveis leitores. Combinávamos um local para nos encontrar e aguardávamos que houvesse pouco movimento nas ruas. Nessa altura, separávamo-nos e começávamos a afixar cartazes com expressões, tais como: “JA” (primeiramente) e “JA ESTÁ QUASE” (mais tarde), em locais estratégicos de passagem e grande afluência de pessoas.

Para o lançamento do jornal contámos ainda com a colaboração de algumas pessoas, nomeadamente através do envio de textos e da participação numa entrevista. A data escolhida para o lançamento foi o dia 10 de Junho devido à sua importância, este ano acrescida pelo facto das comemorações do dia de Portugal, de Camões e das comunidades serem realizadas em Viana do Castelo, juntamente com a comemoração dos 750 anos da cidade, que contaram com a presença do nosso presidente da república.

Jorge Neiva

Já cá estamos…

A vontade de comunicar com os que me rodeiam leva-me em conjunto com alguns amigos à execução desta espécie de jornal que não pretende defender um género ou uma posição social, mas sim tornar-se um meio de comunicação ao qual todos tenham acesso de igual forma, e assim exporem aquilo que muitas vezes não passam de simples conversas entre amigos, que partilhadas teriam muito mais valor.


Sei que defrontaremos muitos " Velhos do Restelo", mas quem se aventura corre esse risco, o mesmo aconteceu outrora quando os navegadores portugueses partiram em busca de novos mundos.


Hoje dia 10 de Junho aniversário da morte de Luís Vaz de Camões, esse poeta que tão bem narrou os feitos do povo português, será por nós homenageado. Nada melhor que escolher este dia para o lançamento do JA que será o primeiro de muitos.


Sendo a vida um percurso de aprendizagens e vivências, umas positivais outras nem tanto, tornam o homem mais completo e íntegro destacando-se assim de toda a espécie animal, pela sua vontade de fazer mais e melhor em busca da perfeição.


Consciente de que a aprendizagem e compreensão provocam profundas mudanças na forma de estar perante a vida social e familiar, deparo-me constantemente na procura de uma vida menos complexa, mais alegre e sonhadora.

Sentimentos esses, que nos são transmitidos pelo saber e contacto de quem sabe.


Assim, cada dia parto em busca de novos conhecimentos considerando que o reconhecimento e a validação do JA é somente um estímulo para a continuidade do saber.


Paulo Vieira