sábado, 9 de maio de 2009

E se nós quisermos...

Muito se tem falado da crise que atravessamos, do desemprego que ela causa, da falta de poder de compra das pessoas que a vivem, no fundo deste mal-estar que uma grave crise mundial provoca.

Não menos vezes, ouvimos tudo e todos dar opiniões sobre como resolver então este mal, que no fundo, mais por um e menos por outros é vivido por todos. O nosso primeiro-ministro defende que a resolução da crise passa por fazer investimento público, ou seja, criar grandes obras públicas financiadas pelo estado para gerar emprego. E até aqui até se compreende, no estado em que está a saúde das empresas é muito difícil que alguma delas consiga criar o emprego que precisamos para crescer e reactivar a economia. Contudo o que ele pretende fazer é precisamente, ou grandes obras em Lisboa (aeroporto, pontes sobre o Tejo), ou grandes obras entre Porto e Lisboa (T.G.V., auto-estrada) …então e o resto do país? Então e as nossas estradas vão continuar a ser o que são? Os nossos comboios que já aqui passam há 30 anos vão continuar a ser estes? Só vamos ter saneamento básico nas nossas ruas daqui a três anos?

A ideia do comboio de alta velocidade não será má, se for feita como deve, isto é, se nós importarmos tudo o que faz falta para pôr este meio de transporte apto para trabalhar, estamos perdidos! Mais uma vez interessa que nos comparemos (tal como estamos a fazer quanto à obtenção desse equipamento) à Europa. Por exemplo França teve necessidade do tal comboio e não facilitou, meteu mãos à obra e fê-lo. Depois da França o ter já no mercado os espanhóis tiveram a mesma necessidade… julgam que o foram comprar a França? Fizeram-no e aí estão eles para as curvas. E nós vamos comprá-lo? Temos assim tanto emprego que até podemos dispensar os empregos directos e indirectos que um projecto desse calibre nos traria?

No tempo que estamos acho que já ninguém está à espera que o governo do dia para a noite resolva a situação que atravessamos. Contudo, mais do que muitas obras, queremos obras bem pensadas, queremos obras que tenhamos orgulho nelas e possamos dizer: isto foi feito em Portugal pelos portugueses.

João Pereira

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